A pandemia da COVID-19 está alarmando toda a população. Somos recomendados a tomar os mais diversos cuidados para evitar uma contaminação e disseminação da doença. Mas esse é um momento novo para a maioria de nós e por isso é natural que muitas dúvidas surjam. Uma das que podem estar te preocupando é se seus animais domésticos podem se contaminar com o SARS-CoV-2 e se ele pode transmitir esse vírus para você e sua família.
Para explicar melhor, vamos desmembrar essa pergunta em duas outras perguntas “Meu pet pode ficar doente com a COVID-19 e me transmitir o vírus?” e “se o pêlo ou patinha do meu pet estiver sujo com o vírus SARS-CoV-2 eu posso pegar COVID19?” A respeito de como o vírus surgiu e pode ter sido transmitido para o ser humano de outros animais já fizemos um texto detalhado.
“Meu pet pode ficar doente com a COVID-19 e me transmitir o vírus?”
Recentemente, têm aparecido na mídia notícias de 1 caso de gato e 2 de cachorros que foram testados positivo para o RNA do vírus da COVID-19. Nos casos reportados, os tutores desses animais se encontravam doentes de COVID-19, e os animais, apesar de testarem positivo no exame, não apresentaram os sintomas da doença.
Especialistas consideram esses casos como casos isolados. E por enquanto, consideram que cachorros e gatos não ficam doentes de COVID-19 e que não são capazes de transmitir a doença para outros humanos.
Essa semana, foi publicada uma notícia na Nature que descreve casos de gatos infectados propositalmente com SARS-CoV-2. É importante ressaltar que a notícia não é um artigo científico completo, não passou por revisão por pares (ou seja, não foi avaliado criticamente por outros cientistas) e apresenta um número amostral (animais testados) muito pequeno. Esta notícia descreve que 3 gatos infectados em laboratório com SARS-CoV-2 (positivos para o vírus no teste de RNA) foram colocados em contato com outros 3 gatos não infectados. Depois de um tempo não descrito na notícia, um dos animais não infectados também testou positivo para SARS-CoV-2. Esses quatro animais apresentaram também anticorpos para o SARS-CoV-2, confirmando que entraram em contato com o vírus. Os animais foram assintomáticos.
Além da situação da infecção dos gatos ter sido completamente diferente de uma possível infecção na vida real, esses resultados sugerem que os gatos têm pouco potencial de transmissão do vírus entre um e outro. Ainda não se sabe se eles são capazes de produzir vírus o suficiente para contaminar o ser humano, logo, o grande foco de controle de transmissão ainda deve ser de humano para humano. A própria notícia informa que mais testes são necessários para confirmar se os gatos podem ficar doentes de COVID-19, e testes precisam ser feitos para confirmar se os pets podem transmitir COVID-19 para os humanos. Evidências semelhantes foram encontradas durante a pandemia da SARS em 2003 e não houve casos de transmissão de gatos para seres humanos.
Outros animais domésticos também têm sido testados; os furões, por exemplo, se mostraram altamente suscetíveis à contaminação com SARS-CoV-2 e, por isso, serão utilizados como modelo para o desenvolvimento de vacinas contra do vírus.
Já cachorros, porcos, frangos e patos não estão sujeitos a essa infecção, de acordo com o que se sabe até o momento, apesar dos casos de cachorros de pessoas com COVID-19 em que o vírus foi detectado nos animais, que se mantiveram assintomáticos. A presença do vírus nesses cachorros foi atribuída exatamente ao fato de terem tido contato direto com seus donos infectados.
De qualquer forma, especialistas consideram que os casos de gatos e cachorros que testaram positivo para SARS-CoV-2 são isolados. Ainda se considera que esses animais NÃO são transmissores de COVID-19. Portanto, até agora a recomendação oficial é que quem possui gato/cachorro e está infectado com o SARS-CoV-2 apenas evite contato direto com o animal, como lambidas e carinhos, além de não compartilhar alimentos e utensílios.
Então, por favor, não abandonem seus animais nesse momento, nem sejam violentos com os animais de rua e selvagens. Apenas vamos tomar os cuidados necessários para que nem nós, nem eles sejam prejudicados; que possamos passar esse período com empatia. A solução virá por meio da ciência, e devemos obedecer às recomendações científicas para enfrentar essa pandemia da maneira correta.
“Se o pelo ou patinha do meu pet estiver sujo com o vírus SARS-CoV-2 eu posso pegar COVID-19?” Se você precisar sair para passear com seu pet, ele pode entrar em contato com pessoas infectadas com o SARS-CoV-2, ou mesmo com superfícies e objetos contaminados com o vírus. Se uma pessoa portadora do vírus passar as mãos contaminadas com o vírus SARS-CoV-2, ele pode se manter no pêlo do seu pet por um tempo. Nesses casos, se você depois encostar no pêlo ou na patinha do seu pet e levar as mãos ao rosto, pode estar se infectando com SARS-CoV-2. Mas calma! Sem pânico. Até porque, nesse caso, não estamos falando do animal se contaminar pelo vírus e passar para você (pelo primeiro tópico você já entendeu que isso NÃO é possível, certo!). O pêlo contaminado pelo vírus funciona da mesma forma que um celular ou qualquer objeto que tenha entrado em contato com o vírus; se não higienizado corretamente, pode se tornar um veículo. Da mesma forma que a recomendação quando um humano sai de casa é lavar as mãos ao retornar, e trocar de roupas e sapatos, existem algumas recomendações para quando seu bichinho sai para passear.
Caso seu pet realmente precise sair de casa, para fazer as necessidades ou para ir ao veterinário para uma consulta ou exame por exemplo, assim que chegar em casa higienize as patinhas e as demais regiões do corpo que tenham ficado expostas ou em contato com superfícies potencialmente contaminadas, sempre tomando cuidado com ouvidos, nariz, boca e olhos (seus e os do pet). Especialistas recomendam ainda que, caso o tutor do pet apresente sintomas, é recomendável evitar que o animal lamba seu rosto. Não esqueça também de lavar muito bem suas mãos!
Bônus: “Vacinas para outros coronavírus funcionam para o SARS-CoV-2?” Não! Depois de ler o texto, você deve estar se perguntando: “Meu animal não transmite COVID-19, mas e os coronavírus que podem infectar gatos/cachorros?” Os coronavírus canino (CCoV) e felino (FCoV) são há muito conhecidos. Eles podem causar doenças graves nesses animais, mas NÃO infectam seres humanos; na figura é possível observar que, inclusive, CCoV e FCoV fazem parte de um grupo de coronavírus diferente de SARS-CoV-2.
Já existe vacina contra o coronavírus canino, mas não dispomos ainda de vacina para o coronavírus felino e nem para SARS-CoV-2, que acomete seres humanos. Mediante o pânico, algumas pessoas estão buscando essas vacinas caninas para tentarem se imunizar, mas isso é altamente equivocado! Além de serem vírus diferentes, não há testes clínicos para segurança em humanos, podendo oferecer risco à nossa saúde. Por favor, se vir alguém compartilhando vídeos ou notícias equivocadas sobre a vacina canina, ALERTE IMEDIATAMENTE!
O que fazer agora?
Para finalizar, as recomendações por enquanto são:
- Não abandone seus pets.
- Não deixe seus pets próximos a pessoas doentes com COVID-19
- Não deixe seu pet lamber seu rosto
- Não divida comida com seus pets, ou outros utensílios que eles lambam ou levem à boca
- Se seu pet precisar sair de casa, ao chegar em casa higienize as patinhas e as demais regiões do corpo do pet que tenham ficado expostas ou em contato com superfícies potencialmente contaminadas, sempre tomando cuidado com ouvidos, nariz, boca e olhos. Lave bem suas mãos quando terminar.
Se você estiver com sintomas de COVID-19, não leve seu pet para passear ou encontrar outros pets e humanos saudáveis, e nem deixe que ele lamba seu rosto.
- Não espalhe fake news e aja caso veja uma! O medo e ansiedade gerados por uma pandemia podem levar as pessoas a acreditar mais facilmente em notícias falsas. Porém, a informação verdadeira é sempre a melhor opção para evitar ainda mais danos psicológicos.
- E a última recomendação: não instigue teorias conspiratórias!A situação é caótica e, infelizmente, isso estimula o aparecimento e a crença neste tipo de teoria. Porém, o ideal é manter a calma e apurar os fatos a fundo. A comunidade científica vem trabalhando incessantemente, então sempre tenha como base as informações confirmadas por ela.
Mediante a noticia acima, devemos ter a ciência de que se deve de fato pesquisar, buscar as notícias a fundo para não ser enganado, não compartilhar algo não verídico. Ao ler o material da disciplina, pude perceber como as fake news não são algo que surgiu agora, mas sim, que vem acontecendo há muito tempo, como podemos perceber no texto “Desconstruindo as Fake News” o qual cita que o crescimento do que se pode chamar de máquina de “notícias falsas” que abastece as disputas eleitorais e políticas do país, carentes de pensamentos críticos e pouco efeito ao debate democrático. Por fora a opinião pública já sofria a influência da desinformação gerada pelas notícias falsas na internet. Fala também da importância dos jornalistas que antes eram quem faziam a filtragem das informações que eram veiculas que agora continuam fazendo porém com o auxílio da tecnologia os fact checking .
Uma das formas para checar a veracidade da informação é checar nos sites que trabalham fazendo essa checagem da web como: Fato ou Fake, Lupa, Aos fatos. Outra maneira é buscar notícias sempre em sites confiáveis, de jornalismo sério, não confiar em sites duvidosos e de fofoca, não compartilhar tudo que vê nas redes sociais, tendo em vista que elas são o principal meio pelo qual se veiculam as Fakes, sendo necessário fazer uma pesquisa para se obter a veracidade da notícia. Não podemos permitir sermos usados como massa de manobra para interesses escusos de terceiros.
A grande mídia divulga informações à todo momento. E nas redes sociais elas se propagam de forma desordenada e absurda, e com essa velocidade sem freio os perfis dos usuários são engajados de acordo com a quantidade de likes que recebe. Muitas pessoas, instituições e empresas para impulsionar suas publicações usam de variadas formas para alcançá-las. Usam conteúdos até mesmo não próprios, maquiam os fatos e as informações e geram muitas das vezes as fake news para estar em evidência. Correm atrás de likes, de quantidades de curtidas e desenfreadamente publicam tudo sobre suas vidas e até mesmo da sua privacidade. Por isso é essencial que façamos a checagem das informações e das notícias publicadas que aparecem em nossa telinha para apurarmos a veracidade.
Nessa era tecnológica, nós educadores, sabendo dessa velocidade de transmissão de informações devemos desempenhar uma rigorosa busca e na filtragem dessas informações por meio de ferramentas, para levar aos alunos informações e notícias que sejam verídicas, ensinando-os também a fazer buscas quando tiverem alguma dúvida.