Pfizer usa a ivermectina como um medicamento a ser usado após a vacinação

A checagem de fatos é um dos meios mais importantes que o jornalismo utiliza para impedir a propagação de notícias falsas. Ela surgiu da necessidade de se verificar notícias que circulavam a respeito de candidatos políticos em eleições, e veio para o Brasil em 2014, com as eleições presidenciais daquele ano. Porém a primeira agência de fact-checking brasileira, a Agência Lupa, só foi criada em 2015.

Para fazer uma checagem precisa das notícias na internet, como essa que escolhi analisar é preciso seguir alguns passos importantes. O primeiro deles é checar se a notícia está sendo vinculada por alguém importante, como uma figura pública por exemplo, ou se está tendo um alto índice de engajamento. A notícia que escolhi dizia que a Pfizer estava usando a ivermectina como um medicamento a ser usado após a vacinação. Ela ainda se baseava em outra notícia de um site duvidoso.

O segundo passo é consultar quem divulgou a informação. No meu caso, a notícia havia sido divulgada por um perfil na rede social “twitter”, perfil esse que é contra a vacinação obrigatória contra a covid-19 e a favor do chamado “tratamento precoce” com remédios como ivermectina e hidroxicloroquina. O perfil não é verificado pelo twitter como um perfil de notícias e não tem muitos seguidores.

O terceiro passo é procurar fontes de origem confiáveis, para checar se as informações batem. Encontrei dois sites que desmentiam a notícia que estava sendo divulgada. Primeiro uma matéria do site do jornal Globo: https://g1.globo.com/fato-ou-fake/coronavirus/noticia/2021/05/06/e-fake-que-pfizer-tem-desenvolvido-medicamento-oral-contra-covid-19-a-base-de-hidroxicloroquina.ghtml

E segundo no site Estadão: https://politica.estadao.com.br/blogs/estadao-verifica/e-falso-que-antiviral-em-estudo-pela-pfizer-atue-da-mesma-forma-que-a-hidroxicloroquina/ Esse último inclusive faz parte de um projeto do jornal para checagem de fatos e desmonte de fake News.

O quarto passo é procurar fontes oficiais, como a própria Pfizer, caso ainda haja necessidade. O que não foi o meu caso. O quinto passo é consultar fontes alternativas. O sexto passo é contextualizar a notícia e o sétimo é declarar ela como uma das sete categorias: verdadeira, imprecisa, exagerada, contraditória, insustentável, distorcida ou falsa.

De acordo com as notícias verdadeiras, a Pfizer não está e nem pretende comercializar qualquer medicamento contra a covid-19, muito menos que tenha seu funcionamento parecido com a hidroxicloroquina. Existe um medicamento em fase de teste, por isso a notícia começou a ser distorcida e divulgada dessa forma, porém ele não está nem perto de ser comercializado. Portanto, a notícia que escolhi é: FALSA.

  1. 29 de outubro de 2021 - Responder

    Achei muito interessante e esclarecedor. É muito triste ver os grandes nomes da educação sendo desmoralizado, pois de certa forma o somos também. De pensar que era exatamente isso que Paulo Freire se preocupava, em não somente alfabetizar mas trazer a consciência sobre a visão de mundo, nos tornarmos sujeitos autônomos críticos, sempre em busca da verdade. E é exatamente isso que devemos fazer para chegarmos a conclusão da veracidade das informações , pesquisar, checar, investigar.