Caixões vazios são enterrados em Manaus

A crescente evolução tecnológica dos dias de hoje ajudou a alavancar a disseminação de notícias. Essas podem ser verdadeiras ou falsas e ambas podem ser divulgadas livremente. Porém, as fake news (falsas notícias) se propagam cada vez mais. Elas são repassadas geralmente pela parte da população que não faz a checagem de notícias. A circulação na rede desse tipo de informação pode trazer as mais variadas consequências.

Podemos utilizar diversos exemplos de notícias que são disseminadas diariamente e de forma ampla no Facebook, redes sociais e grupos de whattsapp, e que podem ser consideradas como fake. Essas podem abranger diferentes setores como econômico, social, político, entre outros.

Notícias de todos os gêneros aparecem em grande quantidade em um momento de comoção mundial trazida pela pandemia do novo coronavírus. Ao serem veiculadas e retransmitidas pela rede, elas viralizam e rapidamente são assumidas como verdadeiras. Essas notícias geralmente apresentam fotos e até vídeos que auxiliam a dar credibilidade a elas.

Ao fazer uma procura através dos meios de comunicação sobre a procedência de alguns desses “fatos” vemos que muitas vezes temos montagens ou fotos antigas atribuídas ao momento presente. Para exemplificar podemos ver a procura pela confirmação de uma das notícias que atingiu a todos de forma brutal em um momento tão difícil pelo qual passamos.

Assim, falaremos da foto que circula pela rede onde é informado que em um enterro em Manaus o caixão era segurado por dois dedos de quem o carregava assim provando que o caixão estaria vazio.

Quando pesquisamos a informação na rede encontramos sites falando sobre o ocorrido. No Fato ou Fake do G1, descobrimos em depoimento que o fotógrafo Edmar Barros que fez a foto informa que o caixão estava apoiado no momento do clique e que a estrutura de apoio e dois homens que estavam auxiliando foram cortados na edição da foto.

Ao explicar em detalhes o ocorrido ele informa que fez várias fotos do enterro onde em uma delas, que ele fornece a publicação como comprovação, podemos ver que existem duas pessoas na parte da frente e o caixão está apoiado em uma estrutura metálica para que a família pudesse se despedir do ente querido. O fotógrafo informa também que era realmente um sepultamento de pessoa que faleceu devido a Covid-19.

Continuando a pesquisa vemos que no site do yahoo! notícias aparece também uma checagem da mesma informação. Encontramos no site a informação que a Agência Lupa fez por meio do projeto de verificação de notícias no Facebook investigações que respondiam as dúvidas sobre a real veracidade dessa notícia. Nela há a descrição do acontecido e também mostra declaração do mesmo fotógrafo da reportagem do G1 diante da exposição e utilização de sua foto.

Edmar fornece a publicação a sequência completa das 13 fotos que foram registradas no dia do sepultamento. Nelas é possível ver que quando o caixão foi retirado da van, esse foi carregado ao todo por três pessoas até ser apoiado em uma estrutura disposta no local. Assim, vemos que existiam realmente duas pessoas na frente do caixão enquanto esse era carregado durante o deslocamento.

Não se sabe quem fez a edição da foto nem sua intenção, porém parece ser mais uma das notícias criadas para dizer que não há aumento no número de mortos devido à pandemia do novo coronavírus. E sim que há uma sobretaxa ampliada e transmitida pelos veículos de comunicação.

Sendo assim, chegamos à conclusão que a notícia embora seja repassada para parecer verdadeira, é FALSA. E há provas que demonstram essa resposta. Por isso toda notícia antes de ser disseminada deve passar por uma checagem ou fack-checking, em fontes confiáveis e com comprovada credibilidade, comprometimento e responsabilidade.

Link dos sites pesquisados:

https://g1.globo.com/fato-ou-fake/coronavirus/noticia/2020/05/06/e-fake-que-foto-mostre-caixao-sendo-segurado-com-apenas-dois-dedos-e-comprove-enterros-sem-corpos-em-manaus.ghtml

https://br.noticias.yahoo.com/pandemia-caixa-vazio-dois-dedos-141940880.html