Vivemos na era da informação, que nos possibilitou avanços inimagináveis. Podemos nos comunicar com pessoas do outro lado do mundo. Temos em segundos uma receita culinária. Podemos pagar contas sem sair de casa e nos debruçar sobre o cenário político de qualquer país. No entanto, com a perda da soberania do conhecimento de alguns pequenos grupos, como a massa seria manipulada? Conhecimento é poder, então tornou-se, para alguns grupos, questão fundamental que esse conhecimento fosse manipulado. A difusão do conhecimento e sua dimensão política negativa tem sido escancarada com as Fake News, e prova que a informação sem reflexão gera dogmas científicos que visam uma verdade absoluta sobre os fatos. Dito isto, trouxe aqui como exemplo a notícia difundida nas redes sociais de que o deputado do PSOL, Marcelo Freixo havia lamentado a morte do traficante Elias Maluco. Para que essa notícia tenha sido facilmente contestada, a agência LUPA verificou que a imagem tratava-se de uma montagem, que possuía erros gramaticais graves e excedia o número de caracteres que a rede social supostamente utilizada permitia. O Twitter só permite postagens de mensagens com 280 caracteres, no entanto o post falso tinha 447.
Segue o texto da suposta mensagem escrita por Marcelo Freixo:“ Recebi com tristeza a notícia da morte do meu grande amigo, grande ídolo, o traficante Elias Maluco. Irei cobrar uma rigorosa investigação quanto aos fatos que lavaram à sua morte numa cela de um presídio federal. Estou sem chão. O Psol já está providenciando um funeral digno para que familiares e amigos possam prestar as última e merecidas homenagens a este grande líder do tráfico e da comunidade do complexo do Alemão”.
A equipe do Fato ou Fake do portal de notícias do G1, alega não ter encontrado nenhum post lamentando a morte do traficante no perfil do parlamentar e acrescenta que diante da situação, o deputado fez uma publicação alegando que esse post teria partido de “uma rede criminosa bolsonarista”.
Para estarmos preparados para lidar com as Fake News é importante que consigamos nos desapegar do senso comum e passar a tratar a informação, mesmo aquelas que nos parecem tão reais. E para nós, professores e futuros professores é vital que sejamos os facilitadores de uma educação que promova reflexão contínua e desejo por apurar os fatos. E, acima de tudo, devemos educar jovens para a “rebeldia”, que não se contentem de primeira, que estejam dispostos a contrapor, pesquisar, buscar dados, e consequentemente alcancem uma autonomia de pensamento que não permita que a informação chegue e estacione sem nenhum tipo de questionamento ou estranhamento. Educar alunos para não consumir modismos e padrões, que os colocam em posição de réplica e não de criação. E pensar em uma educação que estimule e agregue as novas tecnologias para que o contato com elas seja pensado e analisado em conjunto.
Links de consulta:
Agência LUPA
https://www.google.com/amp/s/piaui.folha.uol.com.br/lupa/2020/09/23/verificamos-tuite-freixo-elias-maluco/amp/
Portal G1
https://www.google.com/amp/s/g1.globo.com/google/amp/fato-ou-fake/noticia/2020/09/23/e-fake-que-freixo-chamou-traficante-elias-maluco-encontrado-morto-na-prisao-de-grande-amigo-e-idolo.ghtml