Mulher aparentemente viva e mexendo os braços sendo ensacada é considerada morta por covid-19

A notícia é sobre um vídeo que mostra uma mulher, supostamente viva e mexendo os braços, colocada em um saco, sendo considerada morta por covid-19. No suposto vídeo, a paciente é ensacada após sua morte, onde seus braços que estavam acima da cabeça, caem para a maca, provocando uma possível fraude dos hospitais sobre o enterro de pessoas vivas para aumentar estatísticas de mortes da doença.

A notícia é fake, exagerada! A paciente foi internada realmente em estado clínico grave, onde recebeu todo atendimento possível, mas veio a óbito. De acordo com o médico, o movimento do braço, na verdade , não foi um movimento de uma pessoa viva, e sim um movimento de um corpo com características de óbito. Como o braço estava para cima, em determinado momento ele escorregou para baixo da maca, causando esse espanto todo da notícia.

A checagem de fatos é um método jornalístico por meio do qual é possível certificar se a informação foi apurada, se foi obtida através de fontes confiáveis e, então, avaliar se é verdadeira ou falsa, se é sustentável ou não, surgindo o Fact- checking.

No Brasil essa prática só se popularizou em 2014 durante as eleições presidenciais daquele ano, inspiradas nas atividades de checagem do site argentino Chequeado. Entre 2014 e 2019, o número de entidades que se dedicam exclusivamente a detectar informações falsas cresceu quase cinco vezes em todo o planeta.

O que faz do fact-checking uma prática relevante é a preocupação com a transparência. Os métodos autênticos de checagem variam um pouco de plataforma para plataforma, e se o veículo leva a prática a  sério, normalmente se dispõe a explicar como chegou à conclusão sobre a veracidade das informações ali publicadas. Destacar as fontes originais de informação cm links e referências é um começo, mas a tarefa é maior: contexto, diversidade de personalidades que são alvo de checagem e uma política clara de erros também asseguram qualidade à checagem de fatos.

Uma plataforma de fact-checking também não precisa necessariamente ter selos ou qualquer outro tipo de marcação editorial que classifique a informação checada como falsa, verdadeira ou algum meio termo. Veículos como o pioneiro ‘’FactCheck.org’’ durante muito tempo não usaram qualquer tipo de classificação para suas checagens.

É preciso que a escola mostre o verdadeiro sentido da prática jornalística, enfatizando o interesse público do que é produzido a partir de informações colhidas com fontes qualificadas e visões divergentes. Não adianta existirem agências de checagem se não houver essa consciência, tanto por parte dos mais jovens, que já nasceram em um contexto digital, quanto dos mais velhos, que viviam em uma realidade off-line, pois na verdade estamos todos aprendendo a lidar com esse mundo conectado, onde precisamos saber diferenciar o verdadeiro do falso.

https//g1.globo.com/fato-ou-fake/coronavirus/noticia/2021/03/31/e-fake-que-video-mostre-mulher-ainda-viva-e-mexendo-os-bracos-seendo-ensacada-e-considerada-morta-por-covid-19.ghtml