O WhatsApp é um aplicativo de mensagens instantâneas e torna a comunicação entre as pessoas mais rápida e de grande abrangência. No entanto, pela facilidade em receber e também em encaminhar mensagens muitas pessoas acabam repassando notícias sem antes verificar se as mesmas são factuais e qual a veracidade delas.
No entanto, a prática de questionar e de permanecer em busca pela precisão dos fatos nos ajudam a filtrar as informações recebidas antes de encaminhá-las, contribuindo para a superação da manipulação do discurso, que pode ser verdadeiro, impreciso, exagerado, contraditório, insustentável, distorcido ou falso.
Por exemplo, recentemente recebi um vídeo veiculado pelo WhatsApp contendo imagens de pessoas caídas pela via, mortas a faca, ou a tiros e cenas dos socorristas atendendo as pessoas enquanto a pessoa que está filmando passa de carro e diz que as pessoas estavam mortas, e comentários como “meu Deus, o mundo está sem amor, o que foi isso gente?”. Como procedi para verificar a factualidade e a veracidade da informação, antes de repassá-la?
Baseada no pensamento crítico, apliquei a metodologia de fact-checking. Busquei informações através de sites de busca, como Gloogle, Bing e redes sociais, como Wattsapp e Facebook.
Como indicadores usei o nome da via, Avenida Presidente Kennedy e a faculdade que aparecia, Feuduc, com a palavra muitos mortos, feridos, faca. Nenhuma notícia estava vinculada ao vídeo.
Então, busquei contato com moradores do entorno do local para saber se havia presenciado ou se tinham ciência do fato. E uma pessoa, Tatiana, enfim, explicou o caso. Era um treinamento da brigada de socorristas que havia na faculdade e estavam simulando um atentado. O vídeo era do dia anterior.
Na mesma hora recebi de um grupo de notícias ao vivo do Facebook. Era um link com pessoas comentando o caso, que correspondia e confirmava a informação da Tatiana, moradora do entorno da faculdade, que a ação era apenas uma simulação e não correspondia a descrição do narrador do vídeo.
Embora as imagens sejam verdadeiras, correspondendo ao que Arendt cita como verdade factual, ou seja, as imagens correspondem ao fato sem a interpretação. No entanto, A verdade dos fatos foi alterada, distorcida de acordo com a perspectiva de um motorista que passava pelo local no momento do ocorrido e que corresponde a interpretação dessa verdade factual, induzindo ao erro pela falta de informações mais completas. Portanto, o conteúdo também está impreciso, porque falta a data do ocorrido, os motivos do ocorrido, etc. O controle da narrativa no vídeo está enviesado pela perspectiva do próprio autor do vídeo, por isso, a narração também é exagerada, por conter subjetividade e incentivar ao pânico por manipulação das imagens.
Enfim, o vídeo é predominantemente falso, porque o caso não era real, era uma simulação com a brigada de socorristas para um possível atentado e não corresponde as mortes narradas pelo autor do vídeo, tornando as informações veiculadas, incorretas.
Referências
(17) D3 – A Fênix — Publicações | Facebook
Como a Lupa faz suas checagens? | Agência Lupa (uol.com.br)