Consumo de alimentos alcalinos elimina o Coronavírus?
A notícia abaixo foi veiculada ontem, via WhatsApp, por um dos grupos do qual faço parte e o que me levou a eleger esta, dentre outras notícias, foi o fato dela já ter sido veiculada logo no início da pandemia, há cerca de um ano. Este detalhe já me chamou à atenção e me perguntei: Por que será que os conselhos dados há mais de um ano não surtiram efeito? Afinal, a pandemia do Coronavírus – Covid-19 só fez aumentar em todo o mundo, além das variantes que vêm aparecendo nos últimos meses. Outro detalhe é que no final, em negrito, solicita-se compartilhar a informação, o que por si só já se configura uma conotação de desinformação, posto que via de regra, informações que devem ser compartilhadas vêm com a chancela de algum organismo representativo, ou seja, alguma fonte confiável na tratativa do tema. O que absolutamente, não é o caso em epígrafe.
Vivemos, há mais de um ano, um cenário catastrófico, em escala global, jamais visto desde a pandemia de gripe espanhola, que assolou o mundo durante a segunda década do século passado. Isso significa dizer que a geração que hoje está viva, jamais passou por situação semelhante. Ou seja, estamos todos no mesmo barco e não é raro o surgimento de ”receitas milagrosas”, que se apresentam como rápida e simples solução para o problema, como se fossem a panaceia do mundo. Ocorre que o problema é O PROBLEMA, e que não é possível mitigá-lo ou eliminá-lo com práticas e conselhos advindos sabe-se lá de onde, baseados em não se sabe que conceitos ou pesquisas para que possamos confiar. Neste mar de palpites e dicas, que parecem representar a solução para a questão do Coronavírus e a doença por ele causada – Covid-19 -, para aqueles mais desavisados, há uma tendência “natural” de acreditar em tudo o que possa representar uma possibilidade de cura ou de não contração da doença. Ocorre que essa antiga prática de disseminação de notícias sem fundamento contribui para a opacidade da realidade, impedindo que a busca séria e embasada em pesquisas possa vir à tona e sensibilizar as pessoas à prática de medidas preventivas, oriundas de fontes seguras, o que representaria efetividade e eficácia no controle da doença.
Portanto, utilizando como parâmetro para a análise da informação a metodologia da agência AOS FATOS, a primeira etapa de checagem já evidencia o alto engajamento nas redes sociais. Prosseguindo a análise, não foi possível identificar quem primeiro divulgou a informação. Dada a impossibilidade de identificar a origem da desinformação, partimos para a etapa seguinte: consultar fontes oficiais, para confirmar ou refutar a informação. No caso em questão, a fonte oficial consultada foi o site do Ministério da Saúde – link abaixo -, que categoricamente classifica como fake news a informação. Desta forma, trata-se de uma notícia FALSA.