O uso máscara de proteção contra a Covid-19 faz mal a saúde?
Desde o início da pandemia da Covid-19, o uso de máscara vêm sendo incentivado pelos profissionais e pesquisadores da área da saúde, que asseguram que o uso dela ajuda a prevenir a propagação do vírus, porém muitas pessoas têm resistido ao uso delas, não apenas porque se sintam desconfortáveis, mas também porque surgiu nas redes sociais um boato, que é espalhado a partir de textos e vídeos, de que o uso de máscaras faz mal a saúde e pode inclusive baixar a imunidade.
De acordo com o boato, o uso das máscaras diminuem os níveis de oxigênio no sangue, gerando hipoxemia, enquanto aumentam o nível de gás carbônico no sangue, ajudando a desenvolver hipercapnia, tendo em vista que elas, supostamente, fariam com que o indivíduo respirasse novamente o CO2 expirado quando estivesse usando a máscara, levando-o a diminuir sua imunidade e, consequentemente, se tornar mais propenso a contrair o novo Coronavirus, mas será que isso é verdade?
Para atestar a veracidade dessas informações, Rajesh Samannan, do Jackson Memorial Hospital, em Miami e colaboradores ligados a Miller School of Medicine, da Universidade de Miami, realizaram um experimento, que foi publicado na revista Annals of the American Thoracic Society, para avaliar se as trocas gasosas realizadas por indivíduos com e sem problemas respiratórios, ocorriam de forma anormal quando eles estavam utilizando a máscara de proteção contra a Covid-19.
Neste experimento, os autores da pesquisa mediram o volume de CO2 após a expiração e a saturação de Oxigênio em 15 médicos sem doença pulmonar e em 15 veteranos de guerra das forças armadas dos EUA que possuíam uma forma avançada de doença pulmonar obstrutiva crônica-DPOC, ambos do sexo masculino, antes e depois de usarem as máscaras de proteção contra a COVID-19.
Os veteranos com DPOC que foram convidados para realizar a experiência tinham de realizar, por um motivo que não tinha relação como experimento, uma caminhada de 6 minutos, com o uso da máscara de proteção por conta da pandemia, sendo feita antes e logo após a caminhada uma gasometria arterial para descobrir se seria necessário ou não que o paciente utilizasse o oxigênio de maneira prolongada.
Inicialmente, foi medido o volume de CO2 após a expiração e a saturação de oxigênio dos médicos sem doença pulmonar, primeiramente respirando ao ar livre sem máscara e, respirando em repouso com máscara entre 5 e 30 minutos, depois, o mesmo foi feito com os veteranos de guerra das forças armadas dos EUA com uma forma avançada de doença pulmonar obstrutiva crônica – DPOC, antes e depois deles caminharem. Após o fim da experiência, não foi identificada nenhuma anormalidade nas trocas gasosas realizadas pelo grupo de médicos sem doença pulmonar e nem no grupo de veteranos com DPOC.
Baseando-se nessa experiência, os autores chegaram a conclusão de que o uso da máscara cirúrgica de proteção contra a COVID-19 não afetam de forma significativa as trocas gasosas que são realizadas pelos indivíduos, mesmo que eles apresentem doenças respiratórias, portanto, conclui-se que esta noticia é falsa e que não há motivos para se colocarmos contra a recomendação feitas pelos profissionais e pesquisadores da saúde de que devemos usar máscara para evitar a propagação da COVID-19
FONTE: https://www.unasus.gov.br/especial/covid19/markdown/330