A presente notícia chamou minha atenção pelo título “O YouTube influencia o jeito de falar da minha filha”. Em um primeiro momento, pensei em meus filhos que também assistem alguns de seus canais favoritos e, por isso, decidi ler o conteúdo. Confesso que considerei a influência de sotaques de outras regiões do Brasil ou até mesmo sotaques estrangeiros e, até me interessei pela matéria. Entretanto, ao ler a reportagem, compreendi que se tratava mais de expressões do que o próprio sotaque.
Segundo o especialista entrevistado, o fonoaudiólogo e linguista Leonardo Lopes, “o sotaque contempla propriedades acústicas mais refinadas, nuances muito discretas que às vezes nem percebemos — e, para “imitarmos” naturalmente, seria necessário certo nível de interação com o falante dessa variante.” Realmente, ficar exposto por longas horas a diferentes modos de falar, permitirá que você adquira um novo vocabulário, mas a questão fonológica, ou seja, mudar a maneira como você pronuncia uma palavra depreenderia uma interação maior com o interlocutor.
Sendo assim, considerei a matéria um tanto quanto exagerada ou verdadeira, mas. Na realidade, eu acrescentaria uma nova etiqueta às nove já categorizadas pela Lupa: sensacionalista. Quem sabe, não a matéria em si, mas o título. Além disso, acredito que uma chamada um pouco sensacionalista associada aos depoimentos inconvenientes dos pais ou, talvez, um pouco preconceituoso ao mencionar que o filho falava como um nordestino ou paulista deveria ser melhor analisado antes de ser publicado.
https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2015/10/15/entenda-nossos-pinguins/