O Ministério da Educação (MEC) está distribuindo livros grátis por meio do projeto Conta Pra Mim

Fact-cheking é mais do que necessário, é urgentíssimo.

“O Ministério da Educação (MEC) está distribuindo livros grátis por meio do projeto Conta Pra Mim. Para ter acesso ao benefício, é preciso entrar em um site e compartilhar um link com amigos no WhatsApp”

Falar de fake News no mundo atual se tornou corriqueiro e pertinente, confesso que eu já tinha visto essa notícia ou parte dela em algum lugar, em outro momento, mas não me recordo onde. E também imaginava que era verdadeira, mas depois que uma amiga postou, no grupo do trabalho, que era Fake News, fiquei surpresa e super preocupada, pois diante de inúmeras informações falsas que chegam, em uma velocidade surpreendente, fica claro que tudo deve ser checado antes de compartilharmos para alguém ou em algum grupo qualquer, informações de caráter duvidoso.

Na verdade o projeto do MEC: “conta pra mim” é real, mas para ter acesso aos conteúdos basta entrar no site oficial (http://alfabetizacao.mec.gov.br/contapramim) e clicar na seção de materiais para fazer download dos livros.

Não sendo necessária nenhuma espécie de cadastro (que é solicitado pelo link falso)

A disseminação de notícias falsas não é uma novidade dos tempos atuais, porém, sua velocidade de propagação é surpreendente e dependendo da notícia pode ter conteúdo falso, ou também conter vírus. O WhatsApp e o Facebook, segundo notícias, estão entre as plataformas sociais mais vistas no país e nas primeiras colocações no ranking de propagação de notícias falsas. E essa notícia chegou via WhatsApp, e como é pertinente ao contexto do grupo (grupo de amigos da faculdade), várias colegas ficaram ansiosas com a informação, e felizes, pois continha dados que, a princípio, nos revelava veracidade dos fatos e suposta segurança.

Um outro fator que me chamou a atenção, depois de ter acesso aos conteúdos apresentados pela disciplina, é que não se observa uma preocupação, nenhuma campanha de cunho nacional e, tampouco, uma veiculação na mídia em horário nobre sobre checagem de informações. Entendo que essa seria a função social do jornalismo, e deveria caminhar junto ao poder público para orientar a população dos perigos das notícias falsas e suas consequências. Haja vista, que compartilhar conteúdos falsos (vídeos e fotos manipulados, informações falsas) podem trazer sérios riscos para sociedade (riscos à saúde pública, incentivo ao racismo, a violência…), e podem até ocasionar mortes por conta da desinformação.

O que tenho observado é que as notícias de conteúdo duvidoso são divulgadas da forma mais natural possível. E são raras as vezes que recebi algum conteúdo informativo sobre o que é fact-checking ou algo do gênero. E se ainda não estava claro, depois do número de noticias falsas sobre a pandemia, eleições e de trágicos casos que provocaram mortes, se torna evidente a importância da análise e verificação de fatos.

O fact-cheking é mais do que necessário é urgentíssimo, e compartilharmos informações e conteúdo que informem, e não alienam se faz presente e pertinente em tempos tão obscuros e contraditórios. Pois, se dependermos da fala descabida e inconsequente do maior representante do Estado, estaremos imersos na ignorância, pois podemos constatar que, a cada dia, estamos mais carentes de pensamento crítico e se distanciando de um país que preza pela democracia.

Por fim, a internet, em especial, o uso dela se tornou um negócio muito rentável e devido às proporções avalassadoras do avanço de mídias sociais e abalo no mundo do trabalho (demissões em massa) na área jornalística, o risco e o trabalho de checagem de fatos sofreu inúmeras perdas e crises de conteúdo. Porém podemos visualizar uma luz com algumas agências de notícias como a Lupa e agência Aos Fatos, por exemplo, sendo a Lupa a pioneira, especializada em checagem de dados do país, e que fazem um trabalho ético e comprometido com a verdade. E dentre os grandes desafios para as atuais e próximas gerações é sairmos das bolhas e não nos permitirmos a alienação digital, mas, assim, darmos lugar ao pensamento crítico e emancipador.

Referência

Imagem: fonte pessoal grupo de amigos do curso UERJ – WhatsApp

LEWIS, Andrew. Se você não está pagando por alguma coisa. 2010. Disponível em: In: PARISER, Eli. O filtro invisível: o que a internet está escondendo de você. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

SANTAELLA, Lucia A Pós verdade é verdadeira ou falsa? [recurso eletrônico] / Lucia Santaella; organizado por Fabio Cypriano. – Barueri, SP: Estação das Letras e Cores, 2018.96 p.; e PUB. Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-68552-79-7 (Ebook) 1. Jornalismo. 2. Fake News. 3. Pós-verdade. 4. Política. I. Cypriano, Fabio. II. Título.

SIMONETTO, Carlos Renato Coelho; APOLLONI, Rodrigo Wolff; Fake News, Pós-verdade, Fact-checking e Jornalismo de Dados: Um Pequeno Glossário para o Jornalismo1 Carlos Renato Coelho SIMONETTO2 Rodrigo Wolff APOLLONI3 Centro Universitário Uniopet, Curitiba, PR Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Porto Alegre – RS – 20 a 22/06/2019.