Vacinas contra a Covid-19 causaram 12 mil mortes.

Mesmo após meses desde o início da vacinação contra a Covid-19, ainda é possível encontrar com facilidade dezenas de desinformações a respeito do imunizante, que no Brasil caminha para a sua quarta aplicação. Ao passo em que o mundo se reencontra com a normalidade pré-pandemia, muitas pessoas ainda encontram dificuldade para aceitar as medidas de prevenção, as vacinas e até a existência do vírus que nos assolou.

Pesquisando sobre notícias para a elaboração desse trabalho, encontrei uma de fevereiro de 2022 a respeito dos imunizantes. A notícia em questão, encontrada no site da Revista Oeste, relata que o CDC (Centers of Disease Control and Prevention), nos EUA, teria registrado 12 mil mortes relacionadas a vacina da Covid-19. O conteúdo narra que entre as mortes relacionadas a vacinas, 53% tem como causa alguma vacina contra o vírus. Além disso, apresenta dados que informam a vacina da Pfizer é a maior causadora dessas mortes, seguida da vacina da Mordena, Jansen e uma marca não informada.

Em um primeiro momento, essa notícia já me causou certa estranheza. Foi difícil de acreditar que uma notícia dessa magnitude, um número de óbitos tão expressivo relacionados a vacinação, não tivesse sido amplamente divulgado por toda parte. A matéria, apesar de trazer imagens e números para tentar comprovar sua veracidade, ela era bastante rasa de conteúdo e repetitiva, ao replicar as mesmas informações de maneiras diferentes durante todo o artigo.

Parti então as busca de informações que comprovassem ou desmentissem a matéria. Logo na primeira página do Google, já fui exposta a dezenas de artigos de sites grandes e mais confiáveis, como Globo, Estadão e Folha, que desmentiram a informação postada pela Revista Oeste. Na verdade, os únicos sites que vi que replicaram a notícia foram portais pequenos, recheados de notícias falsas e politicamente extremistas. Por se tratar de uma notícia internacional, busquei também informações em sites internacionais. A agência britânica de notícias, a Reuters, também desmentiu a informação. Ao que parece, a notícia surgiu em julho de 2021, de uma postagem do Facebook, que foi tirada de contexto através de uma publicação do VAERS, um banco de dados sobre vacinas que é gerido pelas agências americanas CDC e a FDA (Food and Drugs Administration).

Ao final da pesquisa, pude concluir que a notícia pública pela revista online é falsa. Maliciosamente criada por alguém que é contra a vacinação, apenas para causar temor e dificultar a imunização da população. É um fato que uma notícia tão alarmante como essa só causaria pavor em pessoas com menos instrução, pessoas que já estão inclinadas a uma ideologia antivacina ou apenas alguém que não possui o hábito de checar a veracidade das informações que estão circulando pela internet.

Mesmo com o claro sucesso da imunização no mundo, sempre terá alguém que desconfie delas e tente sabotar o processo. Por isso a importância de sempre checar as informações que consumimos na internet e fora dela.