Compreendo que, as pessoas passaram a se informar e também a expressar suas opiniões, ainda mais através da internet, em especial em redes sociais online como Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp. Contudo, a velocidade na disseminação da informação, a simplicidade como ela é transmitida, pode fomentar a desinformação e a propagação de fake news. Nesse contexto, uma das ferramentas utilizadas para combate informações falsas e o fact-checking. Este trabalho, portanto, visa analisar uma publicação no aplicativo de edição de vídeos denominado Kwai, em que o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diz ser necessário incentivar as pessoas à “negação da política” e no qual defende “fascismo, nazismo, qualquer outra coisa, menos democracia”. Inicialmente, fizemos uma busca no Google pelas seguintes palavras-chave: “lula”; “vídeo”; “negação”; “política”; e “fascismo”. A pesquisa retornou links de verificações do mesmo vídeo feitas anteriormente por agências de checagem, como Estadão Verifica, Fato ou Fake e Aos Fatos. Posteriormente, realizamos a coleta da postagem em redes sociais. Dessa forma, foi encontrada na plataforma digital Facebook, especificamente, na página de Lula um vídeo publicado em 2017 com o conteúdo original[1]. Foi possível observar que o vídeo original, uma transmissão ao vivo feita pela página do Facebook do petista em 2017, foi cortado em trechos específicos e editado, o que fez com que o contexto fosse deturpado, e o sentido do discurso parecesse o oposto do original. Em seguida, visamos buscar informações acerca da veracidade do vídeo em agências de checagens. Ao realizar busca no Google, acessamos a agência COMPROVA que confirma a edição do vídeo e a deturpação na fala de Lula[2]. Ainda de acordo com agência COMPROVA, as imagens em seu contexto original foram encontradas depois de fazer uma busca reversa no Google Imagens a partir de capturas de tela do vídeo editado, utilizando a ferramenta Citizen Evidence. A agência conclui que, “fragmentos separados da gravação foram unidos arbitrariamente para formar um discurso que nunca existi.” A notícia também foi divulgada pelo jornal O DIA, em que consta a negação do conteúdo publicado pelo KWAI, corroborando com a investigação e detalhando o passo-a-passo da coleta de dados. Denotando outros meios que checaram a informação e que consubstanciaram a análise produzida pelo jornal[3]. Diante dos fatos expostos, é possível perceber que o vídeo traz uma informação falsa, pois, na realidade, mostra um recorte editado de uma publicação antiga, sendo modificado o seu conteúdo original, a fim de espalhar uma notícia falsa ou uma desinformação. Nesse sentido, entendo que o vídeo pode ser categorizado como FALSO. É importante comentar que, a checagem de informação é uma construção minuciosa, detalhista e complexa. Com o intuito de investigar a veracidade das informações amplamente divulgadas, precisamos ter cuidado com as fontes de pesquisas, postagens de conteúdos antigos, convicções ideológicas e a filtragem eficaz.
[1] https://www.facebook.com/Lula/videos/1442102099192119/
[2] https://projetocomprova.com.br/post/re_2b5w8xnqvdpy/
[3] https://odia.ig.com.br/eleicoes/2022/09/6487598-e-falso-que-lula-defendeu-o-nazismo-e-o-fascismo-em-evento-do-pt-em-2017-como-afirma-video.html