China contaminou máscaras com coronavírus

Para que uma notícia compartilhada, por exemplo, nas redes sociais e que rapidamente acaba sendo difundida, seja analisada e classificada quanto à sua veracidade, especialistas da área da comunicação seguem algumas etapas importantes nesta verificação: A informação deve ser selecionada a partir de sua relevância e consultadas as fontes originais para chegar a veracidade. Após esta etapa, outras fontes que se classifiquem como confiáveis são confrontadas bem como fontes oficiais como, por exemplo de órgãos governamentais. Após as verificações a equipe irá contextualizar a notícia e classifica-la de acordo com as sete categorias a seguir: verdadeiro, impreciso, exagerado, contraditório, insustentável, distorcido ou falso.

Para a realização desta atividade escolhi uma notícia divulgada recentemente na rede social Facebook, no dia 23 de abril de 2020, com uma notícia que eu classificaria como falsa pois os dados apresentados não correspondem com a verdade.

Estamos vivendo momentos difíceis em função da Pandemia que tem assolado a população do planeta Terra em todos os continentes e em função dessa comoção normalmente toda notícia que envolve a contaminação pelo COVID-19 acaba sendo difundida por pessoas que nem ao menos verificam a informação.

Isso se justifica pelo fato de a notícia, verdadeira ou não, mexer com nosso emocional. Mas nem é preciso realizar uma análise muito detalhada, basta observar que a postagem não apresenta nenhum tipo de fonte e que o texto apresenta erros ortográficos, falta de acentos, erros de concordância, o que é logo um primeiro sinal de alerta e de suspeita.

Na publicação, lê-se que há um “perigo mortal” para os testes e máscaras comprados na China e que o aviso vem do governo americano.  A desinformação foi negada pela assessoria do ministério da Saúde que contraria as evidências de que o vírus não sobrevive por vários dias em superfícies, segundo autoridades sanitárias e especialista consultados por Aos Fatos.

Além disso, os equipamentos foram comprados para profissionais de saúde, não para a população em geral. Isso aconteceria porque os estudos publicados até o momento mostram que o novo coronavírus não sobrevive por longos períodos em superfícies inanimadas. Em artigo publicado no The New England Journal of Medicine no dia 17 de março, pesquisadores apontaram que ele pode resistir por até 72 horas em superfícies lisas, como plástico e aço inoxidável.

Sem dúvidas as redes sociais estão repletas de notícias que não condizem com a verdade, algumas são tão bem articuladas que realmente, em uma primeira análise, não temos como descobrir se é fato ou fake, mas, em contrapartida, existem outras postagens, como a que citei anteriormente, que revela o tipo de postagem que deve-se evitar compartilhar. Temos que ter muito cuidado com as notícias que estão atreladas a fatos recentes e principalmente com aquelas que nos deixam emocionalmente abalados como o caso das máscaras infectadas onde a intenção do cidadão é tão-somente salvar vidas alertando para o perigo, ou ainda notícias que trazem informações sobre violência infantil, ou até mesmo vagas de emprego. A intenção pode até ser boa, mas o prejuízo por trás de uma notícia falsa pode ser desastroso.

Referências Bibliográficas:

MENEZES, Luiz Fernando. É falso que máscaras importadas da China estão infectadas com o novo coronavírus. Disponível em <https://www.aosfatos.org/noticias/e-falso-que-mascaras-importadas-da-china-estao-infectadas-com-o-novo-coronavirus/>. Acesso em 02 de maio de 2020.

UOL, Notícias. Acusação de que China contaminou máscaras com coronavírus foi inventada. Disponível em https://noticias.uol.com.br/comprova/ultimas-noticias/2020/04/14/acusacao-de-que-china-contaminou-mascaras-com-coronavirus-foi-inventada.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em 02 de maio de 2020.