Nesses dias em que vivemos essa pandemia, tem me chamado muito a atenção as notícias sobre o número de mortos por corona vírus e sobre forma com que os sepultamentos estão sendo feitos. Recebi via WhatsApp e Facebook uma mesma notícia que dizia que caixões estariam sendo enterrados vazios ou com pedras para inflar o número de vítimas da doença e causar pânico na população. Recebi a referida notícia em dois instrumentos digitais de grande proporção e divulgação (facebook e WhatsApp), e me chamou a atenção o fato de ser uma notícia altamente insensível para com todos aqueles que estão passando por essa doença, como vítima ou como familiar que perdeu algum ente querido.
Vivemos em meio a essa pandemia uma onda de negacionismo, onde determinados grupos, detentores de uma ideologia radical, estão a todo tempo divulgando notícias com o intuito de negar a existência do corona vírus e uma pandemia relacionada a essa doença. Acreditam que governantes estão distorcendo as informações com a intenção de alarmar a população e, dessa forma, estabelecer um Estado comunista, haja vista, a pandemia ter surgido na China, um país comunista. E, portanto, tudo o que tem sido divulgado a respeito desse momento, para os negacionistas, tem sido uma forma de enganar a população e tentar manipulá-los.
E nesse afã de tentar estabelecer o negacionismo em nosso país, divulgam-se notícias falsas objetivando ludibriar a população, sem qualquer valor ético ou empático, não se respeitando nada, somente uma ideologia barata e acrítica. Falta sensibilidade para olhar em volta e perceber que pessoas estão morrendo e que famílias choram os seus mortos.
Voltando à notícia que recebi, sobre enterros “cenográficos” resolvi verificar através do site da agência LUPA (https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2020/05/07/verifica-coronavirus-ep04-caixoes/). Que descobriu que a notícia não era verdadeira, classificando-a como falsa, que é aquela informação, segundo a classificação da agência, que está comprovadamente incorreta, caracterizando-se, portanto, como uma Fake News.
E, além de buscar de forma oficial, busquei, também, informalmente, pois acredito que essa forma se torna válida quando nos percebemos inseridos no problema e temos a sensibilidade para perceber o que ocorre a nossa volta, basta olhar para o lado e ativar o pensamento crítico. E como se deu essa dinâmica? Simples. Tenho um amigo médico e liguei para ele, e como ele trabalha num hospital público, perguntei como estava a situação, e a resposta foi: DESESPERADORA! Não temos mais leitos no hospital para pacientes com Covid-19. Daí pude perceber que como cidadão tenho o dever de fazer o mínimo de esforço para buscar saber a verdade, para de forma alguma me tornar um propagador de Fake News.
Acredito que a verdadeira arma contra as fake News está ancorada no pilar da razoabilidade e do pensamento crítico. Devemos, como educador, amigo, familiar, cidadão, firmar o compromisso de a cada notícia recebida buscar analisar a razoabilidade daquilo que é noticiado, pôr em prática a sensibilidade para entender se aquilo está dentro de uma racionalidade proporcional e após esse exercício ativar o pensamento crítico, que deve permear toda a nossa conduta. E aqueles que não conseguirem alcançar a capacidade de praticar esse exercício deverão se contentar em somente receber a informação e de forma alguma repassá-la.