Estudo: leite materno tem anticorpos contra a covid

Estudo: leite materno tem anticorpos contra covid.

 

Em meio à tantas perdas pela covid-19, e incertezas sobre suas mutações e transformações, estamos todos sensíveis e predispostos a nos agarrar a qualquer notícia que nos dê uma pontinha de esperança de podermos proteger a quem amamos e evitar mais perdas. A manchete acima é um exemplo disso. Sabemos que o vírus está em mutação e que classificar grupos de risco, já não adianta, tendo em vista que muitas outras pessoas que não faziam parte desses grupos, ou já pegaram e se recuperaram, ou perderam a luta, entre elas crianças e jovens.

Toda mãe por instinto faz qualquer coisa, segue qualquer recomendação para proteger seus filhos, então, diante de uma notícia como essa, muitas nem procuram avaliar até onde ela seria verdade ou estaria pondo em risco a vida de seu filho. As manchetes apelativas fazem isso, mexem com o lado emocional das pessoas, em detrimento dos reais fatos que devem estar em evidência, como: a partir de qual estudo se pode concluir que o leite materno tem o poder de combater o vírus? Será que a criança está realmente protegida de todas as mutações que o vírus pode sofrer? Entre outros pontos de extrema importância, para que as mães estejam seguras quanto a informação, pois sabemos que o leite materno é o alimento mais recomendável para os bebês, porém, sabe-se que em muitos casos as mães são instruídas a não-amamentação por estarem com algum problema de saúde. O corpo da notícia explica melhor os pontos que levaram alguns estudiosos a essa conclusão, que não é exata e está sujeita a erros. Diante disso, é de suam importância que ao nos depararmos com uma notícia tão importante e ao mesmo tempo de caráter duvidoso, estejamos atentos e em busca de confirmações sobre elas, antes de leva-las adiante sem confrontá-las primeiro. Uma pesquisa feita pela Presidência da República com 15 mil pessoas dos 26 estados e do Distrito Federal divulgada, mostra que 26%dos brasileiros citam a internet como o principal meio pelo qual se informam, perdendo apenas para a televisão. Porém, o grau de desconfiança dos brasileiros com relação aos conteúdos que recebem na internet é o mais alto, em comparação com a TV, o rádio e os jornais e revistas impressos. Na universidade de São Paulo (USP), o Grupo de Pesquisas em Políticas Públicas para o Acesso a Informação monitora o compartilhamento de links de dezenas de sites de notícias há mais de um ano, um de seus pesquisadores, Pablo Ortellado, afirma que essa mudança de consumo também afetou o peso de cada tipo de notícia. “O que as pessoas fazem é entrar no seu facebook, abrir o seu     ‘feed’, e ir clicando, ou nem clicando, lendo as manchetes do que vai aparecendo pra elas, e compartilhando muitas vezes sem ler, diz. Essas matérias muito compartilhadas geram um efeito, elas viralizam e a atenção é concentrada nelas.

Hoje em dia, podemos contar com uma ferramenta que está ao alcance de todos, que são as plataformas de fact-checkings, que nos auxiliam na busca pela veracidade das notícias, e nos mostram que não devemos nos apegar aos apelos de manchetes e pós-verdades que só servem para tirar o nosso foco e nos confundir ainda mais.

Referências:

https://www.istoedinheiro.com.br/estudo-leite-materno-tem-anticorpos-contra-covid/

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/04/presenca-de-anticorpos-contra-a-covid-no-leite-materno-leva-maes-vacinadas-a-reiniciar-a-am

http://www.ibfan.org.br/site/noticias/o-leite-materno-contem-anticorpos-para-sars-cov-2.html

https://www5.usp.br/pesquisa/pesquisa-na-usp/