Beber água quente ou chá quente mata o vírus
Atualmente, em meio a pandemia de Covid-19, muitas Fake News (notícias falsas), giram em torno desse tema. Algumas são disseminadas via mídias sociais (Facebook, Twiter, Instagram), mas foi no whatsApp, um dos maiores meios onde essas notícias falsas foram passadas e repassadas por várias pessoas, grupos etc.
E, uma dela foi sobre a relação do Corona vírus e altas temperaturas, onde se dizia: “Beber água quente ou chá quente mata o vírus”. A notícia afirmava que o vírus não sobrevive a altas temperaturas, e por isso recomendava que as pessoas bebessem água/chá a 26° C ou 27° C.
Em publicação viral nas redes sociais difunde-se uma série de informações e recomendações de “utilidade pública” sobre o novo coronavírus SARS-CoV-2, com base num suposto artigo de um “médico investigador” chinês. Na conclusão aconselha-se a “beber água quente ou chás quentes para matar o vírus”, na medida em que “é fraco e não resiste ao calor”. (Filipa. 23 abr 2020 09:00)
Desse modo, como em se tratando de uma doença nova e desconhecida pela grande maioria da população, algumas pessoas desavisadas caíram no conto dessa notícia. E, é realmente difícil verificar a veracidade de todas as informações que recebemos. Entretanto, há plataformas que podem auxiliar e muito no reconhecimento de uma fake news e a desinformação.
Certamente, se todas as pessoas com acesso a tantas informações que chegam em tempo real de forma muito rápida, como é hoje no mundo globalizado, tomarem conhecimento de ferramentas para verificação das fake news, provavelmente esse tipo de notícias, tão prejudiciais, teriam sua disseminação diminuída e gradativamente perderiam força. Para tanto, utilizar a metodologia de fact-checking, ou seja, em português checagem dos fatos, para verificar a veracidade de uma notícia, se houve manipulação da verdade, tornando uma notícia propriamente verdadeira, em exagerada, imprecisa, etc. Por diversas vezes podemos deixar passar sem nem mesmo perceber informações importantes, como fonte e data e nos pegamos disseminando uma notícia que não é verdadeira. Assim, os divulgadores de fake news usam fotos, perfis falsos, declarações e imagens distorcidas ou fora do contexto original ou até mesmo informações antigas para disseminar as fake. Sendo assim, o importante é não compartilhar tais informações sem antes ler o conteúdo na íntegra, não ficar impactado com títulos ou imagens sensacionalistas.
A cerca da notícia sobre relação do Covid-19 e temperaturas altas, ao analisá-la, é perceptível que foi muito divulgada na época e tinhas várias versões. Uma delas é que a pesquisa havia sido feita por um médico pesquisador de Wuhan na China, e a notícia se espalhou muito rapidamente pela internet. Examinando o texto, esse se apresentava sem coerência, com erros de português, levando a crer que não houve uma edição profissional, com pedidos para ser compartilhado e sem os dados de coleta e fontes confiáveis. Logo, lançando mão de algumas ferramentas, já se vê que é insustentável e falso. Na busca do Google, já aparece nos sites confiáveis, a seguinte mensagem: “Pois segundo a OMS, manter-se hidratado é importante para o seu bem-estar e para a sua saúde, mas nem a água quente nem os chás quentes têm a capacidade de matar o coronavírus que causa a Covid-19”. Portanto, não passa de uma alegação completamente enganosa e falsa. O primeiro motivo é óbvio e lógico: nossa temperatural corporal é em média 36 º C. Como o vírus sobreviveria então ao nosso organismo? Em seguida há artigos científicos de fontes confiáveis no próprio Google que indicam que, por aproximadamente 30 minutos a uma temperatura de 56 ºC pode matar o coronavírus. Mas, nenhuma pessoa conseguiria suportar tal exposição contínua a água quente nessa temperatura. Então, no que se refere a Covid-19, cuidados, prevenção e saúde coletiva, como evitar aglomerações, só sair se for preciso, usar máscara e álcool 70, mesmo que vacinado ou já tenha sido contaminado, são as verdades com base científica, estudadas até o momento.
Nesse sentido, algumas formas de pesquisar e verificar se uma notícia é fake ou não, é utilizar filtros, no próprio Google, ou outros buscadores confiáveis, pesquisando por sites que também sejam confiáveis, verificando se as datas estão corretas, se o local realmente existe; o Spokeo é um deles, onde se verifica a existência da pessoa, se não é um robô ou um perfil falso e há sim, ótimas ferramentas gratuitas para nos tirar da bolha da desinformação e nos abrir os olhos para o que realmente é verídico. Utilizá-las com atenção e inteligência, precisa fazer parte do cotidiano, para evitar que cada vez mais notícias falsas sejam propagadas, outra maneira é, os aplicativos e sites que tem a ferramenta de denunciar determinada notícia insustentável, falsa, imprecisa, exagerada ou com conteúdo ofensivo e/ou falso. Assim, como somos responsáveis pelo que lemos, não verificamos e finalmente compartilhamos, apoiando a disseminação das fake news , tomar todo cuidado é pouco, é nosso dever como cidadãos nos atentar as informações que nos chegam e zelar pela verdade.
Referências:
https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/
13 de abril de 2021 -
Boa tarde, eu lembro dessa mensagem, era uma disseminação no whatsap. É de ficar irritada, como as pessoas acreditam numa coisa dessas e passam adiante. Fico pensando nas pessoas que são limitadas em conhecimento e acabam acreditando nisso.
14 de abril de 2021 -
Bom dia Daniele, exatamente, eu também fiquei indignada, porque já logo se percebe que a notícia foi inventada, pois não tem edição, correção, esses detalhes. Mas como mencionei, alguns parentes e amigos caíram nessa e muitos fazem isso até hoje e ainda acham que funciona ou ajuda essa atitude.
18 de abril de 2021 -
Lembro ter recebido uma mensagem de whastapp sobre o referido assunto. Resolvi não repasssar adiante a mensagem pois não havia comprovação científica para tal tratamento.