Hospital estaria fomentando óbitos e adulterando certidões apenas para aumentar a estatística de mortes por Covid

A notícia aparenta ter um caráter duvidoso e foi divulgada através do aplicativo WhatsApp. Trata-se de um vídeo no qual um suposto funcionário de um hospital faz algumas afirmações chocantes, como as seguintes: a equipe médica estaria colocando nas certidões de óbito que a causa da morte de qualquer paciente foi Covid, mesmo que eles tenham falecido por outro motivo; os funcionários estariam empacotando corpos de pessoas ainda vivas; os médicos estariam sendo negligentes e matando pessoas; pessoas estariam sendo internadas sem que necessitassem; enfermeiros e técnicos de enfermagem estariam dando medicamentos para levar os pacientes a óbito com o intuito de alegar que são vítimas da Covid. Segundo o vídeo, tudo isso estaria sendo feito com o intuito de passarem números elevados de mortes por tal doença para instituições como a Fiocruz.

Com base na metodologia de fact-checking, algumas verificações foram feitas a fim de comprovar a veracidade da referida notícia. A partir delas foram identificados os seguintes aspectos: não há a gravação de um vídeo, este foi montado apenas com a exibição de algumas fotos e com o áudio (gravação de voz) da pessoa que se diz funcionário do hospital, ou seja, o denunciante; em nenhum momento são mostradas as fontes das imagens expostas ou algo que identifique o nome do hospital; a pessoa que faz a denúncia também não aparece em nenhum momento no vídeo, a não ser através da voz, assim como seu nome também não é informado; não há data específica que comprove quando aquelas fotos foram feitas ou que informe o local; não foi mostrado nenhum documento oficial que comprovasse as informações expostas. Além desses tópicos, outro ponto relevante diz respeito ao áudio gravado, o qual foi feito em tom bem alto, com entonação de voz própria para instigar a atenção e a curiosidade e ainda fazendo uso de palavras e expressão bem sensacionalistas. Outro detalhe é que o áudio não é linear, em alguns momentos pode ser percebido que trata-se da junção de vários áudios, por meio de edições. E mais: esse vídeo não foi enviado para nenhuma autoridade competente a fim de investigar o hospital e comprovar as supostas denúncias.

Diante disso, pode-se concluir que tal notícia é falsa. Visto que todas as minúcias observadas mostram que o vídeo foi inventado com o objetivo de causar pânico e promover informações inverídicas a respeito de um assunto tão delicado e importante que é a questão da pandemia causada pelo Coronavírus. O compartilhamento de conteúdos que não são verdadeiros, assim como este analisado, gera desinformações e acarreta inúmeros transtornos para a sociedade. Por isso é de extrema importância ter certeza sobre a veracidade do que está sendo exposto, antes de acreditar em tudo como verdade absoluta. Questionar e pesquisar em fontes confiáveis passa a ser ações de extrema importância para o combate às fake news. E, caso persistam dúvidas, é melhor não compartilhar!

Alguns sites com credibilidade que buscam transmitir aos leitores a verdade com base em pesquisas e que podem ser grandes fontes na busca pelos fatos são: a Agência Lupa (https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/), a plataforma aos fatos (https://www.aosfatos.org/), o canal de notícias Globo News (https://g1.globo.com/globonews/), o também canal de notícias CNN (https://g1.globo.com/globonews/), entre outros. O fundamental é estar sempre atento para não cair no golpe das fake news e não compactuar com o fomento delas. Em um mundo envolto por notícias falsas, a verdade precisa prevalecer!

  1. 11 de abril de 2021 - Responder

    A colega foi muito precisa ao listar as etapas de checagem da notícia, o que assegura que se trata de uma desinformação comprovada. Parabéns, Michelle, pelo seu trabalho de pesquisa!