Ivermectina é uma possível arma contra o Covid-19

Circula nas redes sociais, vídeos como os do “Dr. Marcos da Amazônia” <https://www.youtube.com/watch?v=PqUTOb-ElVQ>, onde este, de forma sensacionalista, anuncia a vitória na guerra contra o novo Corona Vírus, o Covid-19, mediante o uso do medicamento “Ivermectina”. Este medicamento é muito popular no combate a certos parasitas e vermes que infestam determinadas regiões do corpo humano, dentre eles o piolho(Phthiraptera), Oncocercose, Filariose, Ascaridíase, Escabiose, Pediculose. Na Medicina Veterinária ela é utilizada no tratamento de sarna sarcóptica, sarna demodécica, sarna otodécica, verminoses gastrointestinais e vermes do coração.

A afirmativa de que a Ivermectina combate o Covid-19, surgiu através de um estudo colaborativo liderado pelo Biomedicine Discovery Institute (BDI) da Monash University, em Melbourne, na Austrália, com o Instituto Peter Doherty de Infecção e Imunidade (Doherty Institute), no qual, a experiência realizada mostrou que a ivermectina possui atividade antiviral, em teste in vitro, contra o vírus causador da COVID-19.

Segundo pesquisas feitas, podemos observar que, o líder do estudo, Dr. Kylie Wagstaff disse que no teste in vitro a droga mostrou eficácia na redução da carga viral nas primeiras 24 horas, contudo, o mesmo alertou que os testes foram realizados in vitro, sendo necessários testes em humanos para garantir a eficácia da droga.

Os vídeos que circulam nas redes sociais, apresentando a Ivermectina como a cura para o Covid-19, mostram-se irresponsáveis, de conteúdo sensacionalista e prejudicial à saúde pública, pois não apresentam um embasamento cientifico, não foram veiculados por órgãos competentes, como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde.

Podemos observar que nas colocações feitas pelo referido doutor do vídeo, há uma tentativa de minimizar os efeitos colaterais que podem ocorrer advindos do uso do medicamento, alegando que, qualquer medicamento possui efeito colateral e que, neste caso, os riscos de danos colaterais são menos relevantes, diante da situação criada pela pandemia de Covid-19. Esta atitude mostra o quanto as informações passadas através do vídeo, são irresponsáveis, inconseqüentes e mais voltadas para uma tentativa de se alto promover, do que um real interesse no benefício ao próximo.